Transferência de Policial Envolvido em Caso de Homicídio Chama Atenção em Alagoas

Investigação em Curso: Troca de Mensagens Revela Conspiração no Caso Kleber Malaquias

Por Resação com informações g1/AL 27/10/2024 - 21:09 hs
Foto: Reprodução/TV Globo


O policial civil Eudson Matos, acusado de envolvimento na morte do empresário Kleber Malaquias, foi transferido no último sábado (26) de Maceió para um presídio federal, cuja localização não foi divulgada. A decisão foi tomada pela juíza Eliana Acioly Machado e executada pela Polícia Federal.

 

 

Eudson, que estava cedido à Assembleia Legislativa do Estado (ALE) na época do crime, foi preso em setembro. A transferência foi decidida no início de outubro e mantida em segredo de Justiça para proteger tanto os policiais federais envolvidos na operação quanto o próprio acusado. Segundo a magistrada, essa mudança de custódia era essencial para garantir a segurança de todos.

 

A juíza destacou que a permanência de policiais civis no sistema prisional de Alagoas poderia colocar suas vidas em risco. "A decisão atende à Lei Estadual nº 3.437/75, que regulamenta a custódia de policiais civis", afirmou em um trecho de sua decisão.

 

 

Kleber Malaquias foi assassinado em 15 de julho de 2020. Eudson foi preso preventivamente pela 3ª Vara de Rio Largo e, desde então, estava na Central de Flagrantes da Capital, um local considerado inadequado para sua custódia, conforme a juíza.

 

No domingo (27), Eliana Acioly Machado decidiu retirar o sigilo da transferência, garantindo assim os direitos constitucionais do réu, como o contraditório e a ampla defesa.

 

 

Revelações Complicam o Caso

 

Um relatório da Polícia Federal revelou trocas de mensagens entre Eudson Matos e um delegado da Polícia Civil, sugerindo que o delegado teria forjado provas no inquérito sobre o assassinato. O Ministério Público considerou essas mensagens como evidências de manipulação do processo.

 

O delegado foi preso preventivamente, mas posteriormente liberado por habeas corpus, e é acusado de obstruir as investigações. Com sua prisão, o julgamento de três outros acusados de envolvimento na morte de Kleber Malaquias, marcado para setembro, foi adiado para 17 de fevereiro de 2025.

 

 

Prisões Adicionais

 

Em setembro, um sargento da Polícia Militar também foi preso por forjar provas relacionadas ao caso. O pedido de prisão preventiva, acatado pela Justiça, foi feito pelo Ministério Público Estadual (MP-AL). Tanto o sargento quanto o delegado e o policial civil, que liderava o inquérito, foram acusados de criar uma farsa para prejudicar o julgamento, tentando incriminar um policial militar falecido como o verdadeiro autor do crime.

 

 

Motivação Política por Trás do Crime

 

Kleber Malaquias, conhecido como 'Bode Rouco', era um crítico nas redes sociais e fazia denúncias sobre diversos assuntos. Ele foi assassinado em um bar em Rio Largo, no dia de seu aniversário. A polícia acredita que sua morte teve motivações políticas e foi um crime encomendado, dado que ele havia testemunhado contra um desembargador em um caso anterior.